terça-feira, 13 de setembro de 2011

14 de Setembro de 1994 - O Benfica, os NN e os ex-jugoslavos!

Para quem não compreendeu a paixão de Djokovic pelo Benfica, e para quem pensou que Matic disse apenas palavras de circunstância, quando afirmou que tinha amigos que festejaram 3 noites, quando souberam que assinou pelo Benfica:



BENFICA deslocou-se ao estádio do Hajduk Split para disputar o primeiro desafio do Grupo C da Liga dos Campeões de 1994/95. Estádio cheio, ambiente infernal e adverso para o Benfica. Os adeptos croatas enchiam de moral a equipa com o seu enorme e incessante apoio. Nas bancadas um pequeno grupo de adeptos do Benfica, membros da claque No Name Boys, não mais que duas dezenas.


                                      ( NN em Split, com Gullit sempre presente)

Entre eles encontrava-se Jorge Maurício, mais conhecido no meio Ultra por “Gullit”, um fervoroso e incondicional adepto do Benfica. Mítico dirigente e um dos líderes da claque encarnada. O “Gullit” viajava para todo o lado. Assistia a todos os jogos com o intuito de apoiar o seu Benfica. Tinha o hábito de escrever, no verso dos bilhetes dos jogos a que assistia, uma "crónica" do jogo, onde relatava os acontecimentos relacionados com as claques antes, durante e depois do jogo. "Sempre presente", era o seu lema. Mais tarde, tornar-se-ia o lema de um grupo inteiro… Ainda mais tarde, o Sport Lisboa e Benfica, adoptou o " Benfica Sempre"! E não, não é coincidência... Entrem na loja do Benfica e vejam alguns dos cachecóis e lembrem se dos antigos do No Name...

O jogo terminou com um empate a zero. Um resultado satisfatório para os encarnados.
Na viagem de regresso para Portugal, a carrinha que transportava alguns dos membros dos NN despista-se numa auto-estrada em Espanha. O acidente foi grave. Morrem três jovens adeptos do Benfica: a Rita, o Tino e… o Jorge Maurício “Gullit”.

A má notícia corre depressa e chega a Portugal. As televisões, as rádios e os jornais noticiam a tragédia que se abateu sobre as famílias dos três jovens. Os membros da claque No Name Boys recebem a arrasadora notícia. Só NNós sabiamos e sentiamos, o significado real da perda.

                                            (Alvalade nos 3-6)

Quando eu soube da notícia fiquei bastante abalado. Conhecia o “Gullit” muito bem, embora não fosse seu amigo pessoal. Toda a gente o conhecia. Com ele convivi e assisti a muitos jogos no topo sul do Estádio da Luz. E também em alguns jogos fora. Lembro-me com particular agrado e saudade das nossas deslocações a Alvalade, Belém, Amadora, Jamor...
                                            
Éramos um grupo unido, em que todos se conheciam, e o “Gullit” estava sempre na linha da frente, incentivando, organizando, vendendo material (fotografias, revistas, cachecóis, etc…), sempre em prol dos NN e do Benfica, com total e incondicional dedicação.

No dia do funeral, não fui á escola e desloquei-me ao Estádio da Luz logo pela manhã. Soube através dos jornais que as urnas com os corpos da Rita, do Tino e do “Gullit” iriam dar uma volta ao estádio antes de irem a sepultar no Cemitério de Benfica. Cheguei ao estádio e, sem surpresa, encontrei cerca de 500 elementos dos NN à espera do “Gullit”. À espera do seu líder. Entre eles estavam também alguns elementos de outras claques do país, entre elas a Juve Leo, mostrando respeito e admiração pelo “adversário”, numa hora dificil para os ultras!

Sandra, outra lendária dirigente dos NN, tratou de distribuir a todos t-shirts pretas dos NN, para homenagear condignamente o nosso “Gullit”.

As carrinhas carregando os caixões chegaram e a dor e as lágrimas tomaram conta de todos os que ali estavam. Nunca, até àquela data, tinha visto tamanho sinal de pesar no seio dos adeptos benfiquistas. Infelizmente, 10 anos depois, o luto e o pesar foi ainda maior com a morte do nosso jogador Miki Féher. O nosso eterno camisola 29.

O cortejo fúnebre fez uma pausa em frente à porta de entrada da claque no estádio, no topo sul. Foi a última vez que o “Gullit” iria estar na sua curva… De seguida, partiu para a última morada. Ao cemitério compareceram alguns jogadores como o Mozer, o João Pinto e o Veloso. Igualmente presentes membros da Direcção do SLB. Foi uma despedida emocionada e triste, ao som dos nossos cânticos da altura.


                                               (Homenagem recente dos NN)


O Jorge Maurício era um líder. Trajava sempre à Ultra e tinha um característico boné na cabeça do seu jogador preferido: Ruud Gullit, o lendário jogador holandês (daí a sua alcunha).
Tenho muitas saudades do tempo em que via o “Gullit” à nossa frente, na bancada, com um tambor na mão ou com um simples cachecol. Sempre a cantar e a puxar pelo Benfica! Era uma inspiração para os Ultras do Benfica e um exemplo a seguir pelos Ultras dos outros clubes. E por isso era respeitado dentro e fora da sua claque.


"Há gente que anda aqui a trabalhar, a perder tempo, a privar-se da companhia dos familiares e não só, pessoal dedicado ao que fazemos e aparecem uns palhaços que vêm para aqui acomodar-se e procurar estragar tudo", escreveu um dia numa publicação dos NN. Ele sabia do que falava.

Velhos tempos em que havia amizade e companheirismo na claque. Um estilo diferente do que aconteceu depois… era a chamada “Velha Guarda”. Uma designação que apenas uns anos mais tarde, voltou a fazer sentido nos No Name!


E foi assim que nasceu uma grande amizade entre os NN e as claques organizadas do Hadjuk Split! Um relação de respeito mutúo entre um grupo de Benfiquistas e de Sérvios, construida á base da dor e de muito respeito!

                                         ( Elemento da Torcida e sócio dos NN)
                     

Desde tarjas de apoio á independência da Sérvia por parte dos NN, desde elementos do Hadjuk com presença na Luz para apoiar o Benfica, bandeiras e cachecóis do Benfica e dos NN, em todos os jogos do Split, adeptos do Split que viajam pela Europa a acompanhar o Benfica nos jogos europeus ( na Holanda com o Twente eram mais de 150), desde as paginas no facebook da Torcida com os streams para as transmissões dos jogos do Benfica...

                                     (Homenagem NN aos 100 anos do Hadjuk)

Tudo serve para marcar a união que nos une! Apenas falta que as direcções dos Clubes nos oiçam e organizem dois amigaveis... Um na Luz e outro em Split! Era justo, e de certeza que faria o Gulli, a Rita e o Tino, chorar de alegria...


Por coincidência, ou não, amanhã, 17 após a sua morte, temos jogo grande na Luz! Para o Gullit era mais um jogo...Todos os jogos do Benfica eram iguais para ele, pois não interessava o adversário! Interessava apenas, o apoio ao Sport Lisboa e Benfica!

Os amigos sérvios, não deixarão de recordar esta data! Os NN tratarão de os homenagear, nem que seja com mais uma grande noite de apoio ao Clube deles...O Nosso Benfica! Esperemos que o Benfica faça a sua parte!




Não queria terminar este já longo texto sem dizer: Obrigado, Jorge Maurício “Gullit”. O teu exemplo ficará marcado na memória de todos aqueles que sentem a honra e o orgulho por terem tido a oportunidade de partilhar o Topo Sul contigo...

SEMPRE PRESENTES”, o NNosso lema! O Teu lema! 

9 comentários:

  1. Split é na Croácia e não na Sérvia! Falta referir a homenagem que os adeptos do Hajduk, membros da Torcida, fizeram no jogo da segunda mão, com a colocação de uma coroa de flores junto ao Topo Sul. Estava no estádio nessa noite.

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  2. Um que se perdeu a vir da Croacia...

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  3. NO NAME GAYS
    NO NAME GAYS
    NO NAME GAYS
    NO NAME
    GAYS !
    METE O EUSEBIO LA LA LA LA
    METE O FEHER LA LA LA LA
    METE O COLUNA.. OH METE O COLUNAAAAA
    5L3 E MERDA ATE MORRER !

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    1. Metes nojo oh cabrão.

      És muito pequenino!

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    2. oh infeliz, teu clube não tem ídolos? és um triste.

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  4. Como posso fzr o cartao dos no name

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  5. Tu copiaste tudo de uma cena k ta na net de um bacano da radio k conhecia o gullit.basta ir ao you tube e ver.epa ja ganhaste.e so ir ao you tube e colocar:sempre presente antena 1 historia de vida.epa eu tinha vergonha.es um ganda otario

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