O critério "Emblema de Dedicação de Prata"... e outras coisas menos obvias...

Embora neste Blog e na página de "A Nossa Mística" do Facebook, não haja linha editorial temos sido unânimes na critica à atual Direção de Luís Filipe Vieira.

A gestão de Luís Filipe Vieira está à vista, 400 milhões de passivo na Benfica, SAD e 103 milhões de euros de passivo no Clube (Pela aplicação do MEP), com um ativo que nem perto chega desses números e muito inflacionado, por exemplo pelas cláusulas de jogadores de futebol.

Agora, não contem comigo para ataques cegos a tudo o que seja LFV, nem tão pouco para aprovar nem tolerar as campanhas de vitimização da Candidatura e apoiantes de Rui Rangel.

Ao que parece, recentemente um blog fez o bom trabalho (que foi) de lançar duvidas sobre a antiguidade de sócio de LFV. Devo dizer que foi uma explicação bem mais simpática do que aquela que me constava "off the record" que era de que simplesmente tinha aproveitado a renumeração periódica para "inventar" um número de sócio baixo.

Pelo novo critério "Emblema de Dedicação de de Prata", LFV não poderia ter mais do que 25 anos de sócio porque teria de ter recebido a "Emblema de Dedicação de Prata" algures entre 1991 e 1993.

Pois bem, não questionando, nem tão pouco minorando o trabalho do colega bloguista, suscita-me uma questão: Rui Rangel já recebeu a "Emblema de Dedicação de Prata"?

É que segundo o próprio é sócio há 27 anos, assim sendo já a teria de ter recebido... Será que se esqueceu de reclamar este galardão, tão marcante na vida de um benfiquista?

Um socio de 1985, teria recebido a "Emblema de Dedicação de de Prata" em 2010. Em 2010 Rui Rangel já estava bem identificado com a oposição a LFV, integrando o Movimento Benfica Vencer Vencer. Se recebeu, desde já a minha penitência... mas não encontro noticia...

Outro assunto é a história que vai correndo de que o Clube teria "perdido" a ficha de inscrição do associado Rui Rangel e que Rui Rangel tem no seu cartão "Sócio desde 1991", por lapso.

Mesmo fazendo fé que só agora, em vésperas de eleições o Dr. Rui Rangel deu conta que no seu cartão constam menos 6 anos de filiação do que aquela que diz ter e dando de barato que um associado interessado como diz ser na vida do Sport Lisboa e Benfica não tenha dado pela falta da atribuição do "Emblema de Dedicação de Prata", pelos seus 25 anos de sócio, ficam algumas questões por entender, a saber:

Rui Rangel diz ser sócio desde 1985, no entanto o cartão de sócio de Rui Rangel diz, segundo consta, "Socio desde 1991".

Eu fiz-me socio em 1989 e o meu cartão de sócio diz "Socio desde 1994".

Eu não estou a pensar ir fazer queixa desse facto ao Sport Lisboa e Benfica, isto acontece porque só com a maioridade me tornei socio efetivo. Ou seja, em 1989 era socio infantil, depois fui socio juvenil e só depois efetivo. É o que dizem os Estatutos Art.13º/1 (Sócios Auxiliares).

Mas há outros sócios que não são efectivos, nem auxiliares (menores). São os sócios correspondentes e os sócios atletas (respectivamente art.12º e 14º dos Estatutos).

Que se saiba, Rui Rangel não foi atleta do clube, muito menos aos 27 anos (idade que tinha em 1985).

Mas... se Rui Rangel em 1985 quando se fez socio tivesse a sua residência a mais de 50 kms da periferia da cidade de Lisboa, ter-se-ia inscrito como socio correspondente.

Art. 12º/1 a) Nacionais, os que residam em localidade que diste mais de 50 Kms da periferia da cidade de Lisboa (...).

Esta categoria de sócio visa criar uma descriminação positiva a quem vive longe, permitindo que pague uma quotização mais baixa.

Vendo o que se encontra no seu curriculum vitae, entrou para o CEJ (Centro de Estudos Judiciais) em 1982, assim sendo, é bastante provável que em 1985, 3 anos depois da entrada, fosse um juiz em treino numa qualquer Comarca espalhada por este pais (E é isto que falta confirmar pois mesmo que estivesse em Lisboa poderia ter dado uma morada de fora).

Qual a relevância disto?

Muito simples, de acordo com os Estatutos, um socio correspondente pode tornar-se sócio efectivo, mantendo, nesse caso a sua antiguidade (Art.12º/3).

No entanto, de acordo com o Art.17º/3 dos Estatutos do Clube, a extensão dos seus direitos como sócio, desde o inicio (isto é, incluindo o tempo como socio correspondente) não conta para determinados efeitos, sendo um deles:

Art. 61º/2 - "O Presidente da Direcção terá obrigatoriamente pelo menos 25 anos ininterruptos como sócio efetivo, concomitantes com a data da eleição.".

Neste caso só se contam os anos de socio efetivo, subtraindo-se os anos de socio noutra categoria. Ou seja, tendo Rui Rangel só passado a sócio efetivo em 1991, só se contaria, para esse efeito, 21 anos.

Assim, e a confirmar-se a morada e natureza da sua inscrição em 1985, RR teria hoje 21 anos de socio efetivo e como tal não estaria habilitado a concorrer à Presidência da Direção. Dando assim cobertura ao sentido das notícias que vão chegando do "Relvado" e do "Correio da Manhã".

Não podendo afirmar, taxativamente que foi isto de facto que aconteceu, ficaria explicado porque no cartão está "Socio desde 1991", é que se conta o ano de passagem a efetivo. Sendo um cartão de sócio efetivo e não de correspondente ou outro.

A "bola" está do lado de Luís Nazaré, Presidente da Mesa da Assembleia Geral, a quem cabe aceitar ou não a candidatura ou, caso existam duvidas, conceder o prazo de 48 horas para esclarecimentos do proponente. (Art. 58º/3 dos Estatutos).

Da minha parte, espero que a candidatura seja aceite porque o Benfica precisa de debate, mas por favor, chega de calimeros...

Fica ainda por explicar para que quer esta candidatura adiar as eleições quando teve 3 anos para a preparar.

Será que há outro candidato para avançar em vez de Rangel, caso se consiga o adiamento?

Mais profissionalismo se faz favor...

Analisemos as vicissitudes das candidaturas, mas analisemos TODAS!

E PLURIBUS UNUM

HJB