quinta-feira, 24 de maio de 2012

A Raiz do Ódio




Da vitória de ontem da equipa de basquetebol do Sport Lisboa e Benfica, que nos deu o ambicionado 23º título de campeão na modalidade, retenho esta imagem.

Este é o verdadeiro Pinto da Costa.

Esqueçam a imagem que dele passa para os "Media", de líder forte mas controlado, do escritor-poeta que dedica odes às suas conquistas, do sempre bem-humorado em constante ironia contra os seu adversários... Isso são lirismos de quem sabe passar uma boa imagem (haja controlo sobre alguma Comunicação Social).

Aliás, esse quadro de homem-da-renascença-sem-defeitos foi facilmente descontruído pelas escutas telefónicas (não admíssiveis em tribunal mas facilmente consultáveis no Youtube), pelos poucos relatos de amantes e mulheres que, trocadas e abandonadas, tiveram a coragem de se chegar à frente.

A forma como construiu o FC Porto à sua imagem, como conseguiu (com ajuda dos amigos...) (do)minar o sistema que gere e organiza várias competições desportivas para vencer resume-se nesta imagem:
- Os policias (o Estado de Direito, a Legalidade) cercados como se a autoridade, o poder do Estado de Direito associado a esses agentes estivesse do lado dos homens que os rodeiam... Cabisbaixos, ombros caídos, os 2 PSP's desviam o olhar de Pinto da Costa como sentindo-se culpados à partida do que lhes está a ser cuspido.
- Pinto da Costa, colérico, absolutamente consciente da sua impunidade, sabe que pode dizer e fazer o que quiser perante os agentes da Lei que nada lhe vai acontecer.  
- Completando o cerco, reforçando a aura do líder, os homens de fato que absorvem cada palavra de Jorge Nuno como se fosse o Evangelho. E olham os agentes como se estes estivessem já condenados porque naquele "tribunal" apenas há acusação, não há defesa nem apelo.

Que fez a Polícia para merecer tal tratamento?

De acordo com o comunicado do FCPorto sobre o assunto, "a polícia agrediu gratuitamente uma série de espectadores, entre os quais mulheres e crianças, que nenhum crime cometeram, apenas se deslocaram ao Dragão Caixa para assistir a um jogo de basquetebol."

Para mim a polícia ontem fez o que deve fazer sempre: controlar a ordem pública e garantir a integridade de todos os agentes desportivos envolvidos. Numa situação explosiva, accionou os meios e acções que achou necessárias para controlar os elementos dos Super Dragões que não souberam perder o jogo contra o rival maior.

Houve exagero de quem venceu? Acredito que sim porque vencer o campeonato naquele ambiente e perante todas as dificuldades faz explodir as emoções. Houve exagero da Polícia? Talvez porque perante a agressividade nas bancadas e o que podiam correr mal, os agentes da autoridade reagem da forma que sabem: à bastonada! Mas se há quem excedeu os limites foi quem nã soube perder: Nuno Marçal tem uma atitude deplorável. E algumas pessoas na bancada foram bem para lá dos limites ao ponto de a equipa encarnada ter que correr para o balneário e ali receber a Taça de Campeão...

Ainda bem que os únicos a excederem os limites foram Carlos Lisboa e a Polícia... Assim, compreende-se perfeitamente a atitude colérica de Pinto da Costa que viu, no basquetebol, fazerem-lhe nas barbas o que sempre adorou fazer: vir a Lisboa humilhar os adversários.

Que saibamos aprender com este exemplo o que fazer noutras modalidades. E que compreendamos que mesmo com os excelentes jogadores que temos, as condições óptimas para a equipa desenvolver o seu jogo, um adversário directo em dificuldades financeiras, este campeonato venceu-se por 3 pontos de diferença... Saber vencer é festejar, gozar a merecida vitória e começar já a preparar a próxima época.

Porque Pinto da Costa já o está a fazer quando andamos a discutir os eventos de ontem...

M.

2 comentários:

  1. O caro amigo sabe-a toda... grande tirada final!!!!

    "Saber vencer é festejar, gozar a merecida vitória e começar já a preparar a próxima época.

    Porque Pinto da Costa já o está a fazer quando andamos a discutir os eventos de ontem..."

    As arbitragens? É bem verdade, mas depois...depois vem toda uma competência... não a da fruta, a outra, a verdadeira!

    Aprendamos com esta tirada sublime da "nossa mística"

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    1. Obrigado pelo simpático comentário! Há que aprender com os erros e saber ver para além da "espuma do dia-a-dia".

      Saudações benfiquistas!

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