As relações entre o futebol e a política foram sempre turvas. Sendo popular e por despertar emoções, o desporto-rei foi sempre cobiçado por aqueles que "gerem" (aqui com muitas aspas...) os nossos destinos. Isto a vários níveis desde o Presidente da Junta de Freguesia que usa o clube local para ganhar mais votos ao mais alto cargo da nação que recebe os Vice-campeões de uma selecção jovem no seu palácio para uma singela homenagem...
A fronteira entre o futebol e política foi sempre invisível em Portugal.
Jorge Jesus é um homem simples o que lhe tem valido muitas criticas, piadas e desdém de muitos que não se revêm nele. Pode ter defeitos porque não deixa de ser um de nós. Não se lhe conhecem grandes extravagancias, vícios ou virtudes. Não tem papas na língua quando fala como quem veio de onde veio!
Ontem largou uma bomba que fez tremer alguns "poderosos". Usando como eco o ser treinador do maior clube português (e um dos maiores do mundo) deu voz ao que muitos pensamos da classe política... E por isso assustou! Ousou criticar a classe política fazendo uma comparação entre políticos e treinadores de futebol... Acusaram-no logo de populista, perigoso, demagógico quando apenas disse o que está na cabeça de muitos de nós.
Ver a capa d'A Bola hoje é mais um motivo de orgulho para mim. O meu treinador subiu uns degraus na minha consideração!
Numa altura em que de procuram responsabilidades pelo estado actual do país, todos devem olhar para o seu umbigo... A começar pelos políticos, do Presidente da Junta de Freguesia ao inquilino do Palácio de Belem!
M.
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