sexta-feira, 2 de março de 2012

Match Day: Benfica-Porto

Não vou fazer previsões ou a análise das tácticas, nem mesmo os possíveis 11 jogadores de cada lado. Há jornais que o fazem bem melhor e, para todos os gostos e cores clubísticas, blogs mais dedicados a isso que o nosso.

Todo o barulho, tudo o que se escreve e lê, todas as polémicas, afirmações ou notícias deixam de fazer sentido quando Pedro Proença apitar para começar o jogo. Aí, quem for mentalmente mais forte, quem se sentir melhor preparado ganha vantagem.

Os jogadores mais experientes controlam melhor a ansiedade e o medo. Os mais novos, normalmente mais nervosos, colocam em campo a vontade e a energia de querer vencer num jogo tão importante. Mais que tácticas ou esquemas de jogo, importa o aspecto mental de cada jogador porque, no limite, é aí que se conseguem ganhar (ou perder) estes jogos.

A um antigo treinador e jogador do Benfica foi-lhe perguntado, quando fazia palestras aos jogadores antes destes grandes jogos, o que dizia aos jogadores, como os motivava para aquele momento. A resposta não podia ser mais interessante: todos os profissionais, sem excepção, vivem para poder jogar um Benfica-Porto ou um Benfica-Sporting. Para estes jogos a motivação está lá, o difícil é motivá-los para os jogos com equipas mais pequenas.

Benfica e FCPorto conhecem-se bem, as equipas técnicas estudaram-se mutuamente ao detalhe. Os jogadores, com mais ou menos experiência, conhecem-se mutuamente. Otamendi sabe como travar Cardozo, Luisão e Garay sabem o que devem fazer para marcar Janko ou Kléber. Moutinho e Lucho entendem-se bem, sabem como jogar contra Aimar, Javi ou Witsel. Emerson sente que tem que fazer o jogo da vida dele para parar Hulk e qualquer um dos laterais do FC Porto vai ter que se ultrapassar para defenderem Nolito, Gaitan ou Bruno César.

Jorge Jesus e Vítor Pereira sabem de futebol. Que tácticas usar, que chamadas de atenção devem fazer. Quais as jogadas estudadas do adversário e quais as que pode colocar em campo para surpreender. Procuram entrar na cabeça um do outro para antecipar manobras.

No dia do jogo cada interveniente lida com a pressão e a ansiedade como pode. Os colegas podem ajudar mas a maneira como cada um antecipa a partida influencia como depois ele a vai jogar. Os staffs planeiam este dia ao detalhe, a alimentação, as deslocações, como ocupar os tempos mais mortos para esvaziar essa ansiedade. Os capitães de equipa e os mais experientes jogam um papel determinante para sossegar os restantes jogadores e os que poderão estar mais ansiosos. A alimentação, tendo em conta a hora do jogo e o esforço, é definida ao detalhe para equilibrar o corpo (e a mente) para o momento decisivo.

Por tudo isso e pelo elevado nível de profissionalismo de ambos os lados, o 12º jogador assume importância capital. Jogar em casa pode ajudar muito o Sport Lisboa e Benfica. O ambiente infernal que se consegue nestes jogos desiquilibra. Hoje joga-se no Inferno da Luz!!!

Como tal é importante ter casa cheia mas de apoioantes incondicionais. Daqueles que mesmo que a equipa entre mal, não param de apoiar. Mesmo que se falhe um passe ou um remate, apoiar sempre. Mesmo que o adversário marque, continuar a gritar. Porque quando tudo falha ou pode falhar, o nosso amor ao clube está lá.

E se continuamos a ser adeptos e a ir ao estádio depois de anos humilhantes em termos de resultados (e confrontos como FC Porto) agora é para apoiar, sempre!!!   

Quando Pedro Proença apitar para começar o jogo é para apoiar incondicionalmente. Só connosco chegamos à vitória, hoje e no fim do campeonato! Hoje nós temos uma palavra a dizer, cabe-nos a nós, adeptos, estarmos à altura do momento. Nem um único assobio ou vaia para um jogador nosso!

Se conseguimos em comunhão com a equipa em campo, vencemos. Caso contrário, todos saímos a perder...

M.

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