A pré-época tem por objectivo levar a que um conjunto heterogéneo de jogadores forme uma equipa de futebol homogénea, preparada para uma longa temporada com diversos níveis de exigência e à imagem do que for planeado, táctica e estrategicamente, pela equipa técnica.
Ao longo do campeonato, e outras provas em que esteja envolvida, a equipa terá que responder às exigências e desafios bem como às várias situações favoráveis (ex: série de vitórias seguidas) e desfavoráveis (ex: maior diferença pontual para os adversários). É nas semanas antes de começar a competir que a equipa se forma:
1) Desenvolvendo capacidade física individual e colectiva que permita evoluir durante os longos meses de competição sem quebras abruptas de forma, permitindo que cada jogador e o colectivo atinjam o(s) pico(s) de forma quando estes são mais necessários.
2) Assimilando rotinas de jogo adequadas ao(s) modelo(s) e táctica(s) a utilizar durante a época
3) Potenciando as capacidades e características individuais de cada jogador (passe, drible, remate, bolas paradas, etc) para, em cada momento de jogo o melhor de cada sobressaia e permita o sucesso colectivo
4) Permitindo superioridade mental em cada fase da época e de cada jogo, desenvolvendo com base na experiência uma atitude positiva, controlo emocional, foco e atenção nos objectivos de cada momento, etc.
5) Aquisição de Noção de Grupo/Equipa: permitir que os novos jogadores assimilem a noção do que é fazer parte daquela equipa em concreto, o que a rodeia, o meio. Desenvolvimento do colectivo para que os 20/30 jogadores pensem no todo antes do individual e para que alinhem os seus objectivos pessoais com os do grupo. No futebol profissional este é o objectivo mais determinante para o sucesso
Os primeiros quatro pontos são eminentemente técnicos. Mais ou menos, nos dias que correm, os treinadores e as equipas técnicas conseguem-nos maximizar. Ainda assim, conseguem-se cometer erros que saem depois caro durante a época.
Mas é no quinto ponto que a diferença mais se faz notar no futebol profissional. Porque os jogadores têm egos do tamanho da lua, porque um grupo de jogadores não faz uma equipa, porque é preciso uma liderança forte que não amordace os jogadores. E num clube como o Benfica, a pressão é sempre avassaladora. Jogadores fenomenais já passaram por cá e saíram pela porta pequena porque cederam à dimensão, à constante pressão de ganhar e à critica destrutiva do 3º anel.
Fazer uma equipa no Sport Lisboa e Benfica obriga a mais que um conjunto de bons (diria muito bons) jogadores, exige mais do que um treinador experiente (e matreiro). É obrigatório que os novos jogadores percebam, com os mais experientes, o que é o clube, o que significa ser benfiquista, porque é que aqui se vence como quem respira. São necessárias referências de balneários passados e de balneários do presente.
Não é deixando sair o jogador mais antigo, que nunca (nem quando saiu) pôs o clube em xeque, que se faz uma equipa! Deixar que o actual capitão se porte da maneira como Luisão se tem manifestado nos últimos dias pode destruir o que resta do que ainda nem sequer é uma equipa…
E tudo isto nas vésperas do mais importante jogo da época! Assim não precisamos de adversários, senhores!!!
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