sábado, 19 de novembro de 2011

Vitória em Batalha Naval




Esqueçam Trafalgar, Tsushima ou Midway... Figueira da Foz, 18 de Novembro de 2011, foi palco de uma autêntica batala naval. Pela chuva que caiu antes e durante o jogo, aliada à falta de capacidade de drenagem de um estádio de primeira liga, viu-se mais pólo aquático do que futebol. Por incrível que pareça, os comentadeiros do costume que se revoltaram, "aqui d'El Rei", contra o batatal de Zenica na Bósnia uns dias antes pouco ou nada disseram do arrozal da Figuera da Foz... Enfim, nisto se vê o quão pequenos somos...

Voltando ao jogo, gostei do 11 inicial apresentado por Jorge Jesus, dando oportunidade a jogadores menos utilizados como Nélson Oliveira, Mora, Eduardo, Capdevilla ou Miguel Vítor e mantendo em posições-chave os habituais titulares. Num campo assim e com grande parte do terreno alagado, o habitual futebol mais técnico da nossa equipa ficou na gaveta pelo que Aimar, Mora, Nolito e Nelson Oliveira tiveram muitas dificuldades em pôr a máquina a rolar. Restava-nos a opção de um futebol mais directo, com bolas bombeadas para a área e nos segundos passes aproveitar para rematar. Embora os jogadores na frente não estejam talhados para este futebol, conseguimos oportunidades, espaços e se acabássemos a 1ª parte a vencer por 1 ou 2 não me chocava. Valeu à Naval Taborda pelas defesas incríveis que fez para evitar o nosso golo.

A segunda parte trouxe uma Naval mais atrevida, a aproveitar o balanceamento do Benfica no ataque e a habitual quebra que tem pautado as nossas actuações depois do intervalo (embora ontem o estado do terreno e o tempo ditassem que dificilmente conseguíamos manter aquele ritmo todo o jogo). Valeu à nossa equipa a entreajuda e capacidade de choque/resiliência (oh my god...) que permitiu manter pressão sobre o adversário. A saída de Aimar foi muito inteligente porque o argentino, naquele campo, não conseguia dar o seu melhor futebol à equipa e Ruben Amorim foi fulcral para o golo. Sim, toda a gente fala de Rodrigo e do golo do espanhol mas foi a capacidade de luta e intensidade de aguns jogadores que fez com que a equipa não desistisse e fosse na procura do golo. Sublinho a exibição de Ruben Amorim pela garra, pela chama que manteve acesa e por ter desempenhado com sucesso 3 posições distintas durante os 90 minutos. Continuo a achar que Mística é isto mesmo: não sendo um jogador fenomenal, dá tudo o que tem e consegu contagiar os colegas. Gostei da dupla de centrais, de Javi e de Nelson Oliveira. Este, não tendo marcado num jogo que não era para as suas características, lutou, criou oportunidades e deu tudo em campo. Há uma jogada perigosa da Naval, na 2ª parte, em que perdemos a bola no nosso ataque e aparecem 4 jogadores contra apenas 2 do Benfica. E é o Nelson Oliveira que vem do nosso ataque para roubar a bola a um adversário, esvaziando de perigo essa jogada de contra-golpe. Isto é jogar à Benfica!!!

Os campeonatos ganham-se com regularidade e com vitórias tiradas a ferros mesmo sem grandes exibições. Para mim a equipa continua sob observação depois das exibições menos conseguidas dos últimos jogos. Mas se continuarmos a cumprir com golos e vitórias, não podemos pedir mais!

Da minha casa avista-se o Estádio Nacional. Do meu coração vislumbro a nossa presença no Jamor para levar este troféu para casa. Próxima eliminatória quero jogar na Luz contra o Sporting ou Porto...

M.

PS: Reparem a reacção (ou falta dela...) dos comentadeiros Sport TV ao golo do Benfica. Mega melão, não?

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