quarta-feira, 31 de agosto de 2011
The Turning Point...
Em Novembro de 1942, após a vitória das forças britânicas na batalha de El-Alamein, Winston Churchill proferiu um dos seus discursos mais conhecidos. Nele referia-se àquela batalha como um marco na guerra contra Hitler:
- "This is not the end. It's not even the beggining of the end. But it is, perhaps, the end of the beggining!"
Traduzindo, Churchill analizava aquele momento como sendo não o fim nem o princípio do fim mas o fim do princípio. Um jogo de palavras que pode dizer muita coisa mas que, naquele momento chave, caracterizou o momento da viragem naquele conflito.
A Segunda Guerra Mundial durou quase mais 3 anos até que a Alemanha nazi e o Império do Japão se rendessem incondicionalmente. A visão de Churchill permitiu-lhe perceber, no auge do conflito, que aquele momento marcava o fim da expansão das potências do Eixo, o canto do Cisne e que, a partir dali, a iniciativa pertencia aos Aliados.
Pinto da Costa vive obcecado pelo Benfica. Desde sempre... Acorda, respira, come, bebe e dorme a pensar de que forma o seu FC Porto pode ultrapassar o Benfica. Isso tornou-o num adversário fanático mas temível. Sem ele o Porto nunca teria chegado onde chegou. E mesmo nos maiores momentos, quando pode festejar as suas vitórias, é incapaz de deixar de fazer comparações, de atirar farpas e "apequenar-se" na mesquinhez de quem sabe nunca poder chegar à dimensão do Sport Lisboa e Benfica.
E isso corrói-o por dentro, mina-lhe o espírito, diminuí-lhe a alma. Por muito que ganhe, nunca conseguirá que o seu FC Porto seja tão grande que o nosso Sport Lisboa e Benfica. E por muito que nós percamos, ele sabe que nunca teremos a dimensão de um FC Porto. Para além disso começa a faltar-lhe tempo...
Não tenho os dotes visionários de Winston Churchill nem comparo o Presidente do FC Porto a Hitler (embora tenha tiques e comportamentos de ditadorzeco da América do Sul, algo sobre o qual falarei um dia). Contudo esta época pode ser o ponto de viragem para o Benfica.
Ganhando o campeonato este ano, o Benfica somará 33 títulos e o FC Porto 25. O que dá 8 de diferença. Mesmo que o Porto vença 9 campeonatos seguidos, conseguirá ultrapassar o Sport Lisboa e Benfica em número de campeonatos dentro de 9 épocas... Vencer 2 campeonatos em 3 anos é algo que não acontece ao Benfica desde 1990/91...
Por isso, mais do que em qualquer outro campeonato, este assume importância vital pois quebramos a hegemonia do ano passado e mostramos que o título de há 2 anos não foi um evento isolado mas uma tendência.
Provamos ainda que o defeso deste ano, algo que ainda não se consegue comprovar mas do qual que estou desconfiado, foi um rol de derrotas pessoais para Pinto da Costa. Desde logo a saída de André Villas Boas para o Chelsea, trocando o trono do sonho por uma bolsa de 30 moedas de prata. A apressada mas necessária substituição por Vítor Pereira (este sim o obreiro do sucesso do ano passado) foi logo apelidada de "genial" e "fenomenal" pelos comentadeiros do costume. Relembro que Quinito também era o fantástico sucessor de Pedroto e foi um flop tremendo há uns anos...
Depois a perda de algums peças fundamentais no seu xadrez como Falcão, a manutenção (?) de Álvaro Pereira (contrariado) e de Hulk (que esteve para sair).
Finalmente, sopram alguns ventos do Norte que mostram alguns sinais de mudança. Desde logo este Governo não vai ser contemplativo para com o futebol como Laurentino Dias o foi. Para além disso, com os novos estatutos da Federação Portuguesa de Futebol (que tanto tempo demorou a ser aprovado) levam a que a arbitragem e o controlo do futebol comece a fugir das associações regionais. O Sporting, há muito um aliado silencioso e manso de Pinto da Costa, começa a rugir (ainda baixinho) contra o sistema. Fernando Gomes, Presidente da Liga, olha para lá do horizonte e mostra sinais de ser menos condescendente com quem lá o pôs(tal como Hermínio Loureiro...).
Atenção: o sistema ainda é forte e está nas mãos de quem há muito se aproveita dele. Mais, o FC Porto é uma equipa temível, com argumentos desportivos para discutir taco a taco o título. Vamos sentir grandes dificuldades, dentro e fora do campo, para ganhar os nossos jogos.
Mas ganhando o título este ano, isso pode não ser o fim de uma era. Pode mesmo não ser o princípio do fim de uma era. Mas é, sem dúvida, o início de um novo ciclo do futebol português!
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